Bolsista: Leidiane Rodrigues Rosa
O século XVIII, no Brasil, foi marcado pelo aparecimento dos primeiros químicos brasileiros. Nesse século foi criado a Academia Científica (1772) destinada ao cultivo da ciência e a Sociedade Literária do Rio de Janeiro (1786).
Alguns brasileiros deste século merecem destaque pelos seus estudos pioneiros relacionados à química:
· Vicente Coelho de Seabra Silva Telles (1764-1804) viveu no período de grande alvoroço iluminista e foi considerado um dos principais químicos da época no Brasil, estudou nas universidades européias, onde desenvolveu seus estudos e publicações. Foi autor de diversas obras sobre química. Dentre suas obras a de maior destaque são Elementos de Química, (1o livro escrito em língua portuguesa) onde demonstra seus conhecimentos em história da química, temas como a influência do calor nas reações químicas e a nomenclatura das substâncias.
· João Manso Pereira foi um autodidata, publicou obras de riquíssimo valor histórico e científico da época. Sua primeira obra foi “Memória sobre a Reforma dos Alambiques ou de hum Próprio para a Distillação das Águas Ardentes”, impressa em Lisboa em 1797, onde cita diversas técnicas de como obter aguardente de boa qualidade e como construir um alambique de baixo custo. Ele também publicou duas obras a respeito da obtenção de salitre, que na época era muito utilizado na fabricação de pólvora e desenvolveu técnicas para produção de sabão duro a partir de cinzas de plantas marinhas.
· José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu em Santos, em 1763, estudou em Portugal e formou-se na Universidade de Coimbra, onde desenvolveu inúmeras atividades científicas, de pesquisa e ensino. Tinha fascínio pela ciência e pelos pensamentos iluministas, especialmente os de Voltaire. Exerceu cargos importantes na Corte. Publicou no Annales de Chemie sobre os diamantes no Brasil e suas localizações no território brasileiro. José Bonifácio foi um dos mais importantes mineralogistas de sua época e é conhecido como o "patriarca dos químicos brasileiros". Em 1800 no Allgemeines Journal der Chimie, descreve quatro novos minerais: escapolita, criolita, a Petalita e espodumênio, que em 1818 isolou o elemento Lítio. Em 1819, voltou ao Brasil e fez uma viagem mineralógica pela província de São Paulo.
· José Vieira Couto nasceu em 1752 e formou-se em Filosofia Natural pela Universidade de Coimbra em 1778. Elaborou vários textos descrevendo as salitreiras encontradas e os aspectos da produção do salitre. Propôs a construção de salitreiras artificiais. Desenvolveu técnicas e pesquisava compostos capazes de formar o salitre. Segundo ele as principais “matérias primas” seriam o “pó” de sepultura e/ou urina (para obtenção do ácido nítrico) e árvores do mangue (ricas em potassa).
· João da Silva Feijó (1765-1815), nascido no Rio de Janeiro, formou pela Universidade de Coimbra, publicou diversos trabalhos, um deles sobre a produção do salitre. Participou da instalação do Real Laboratório de Refinação do Salitre no Ceará. O governo, em 1806, determina o fim da exploração do salitre no laboratório devido os altos custos
A função histórica da Química como ciência foi vista como a transformação de matérias primas básica em produtos finais de utilidade prática. A grande inovação surgida na Química dos tempos atuais surge da importância crescente do domínio das técnicas de preparação, ou fabricação, de produtos considerados quimicamente nobres e altamente cobiçados. Esta evolução se deve aos químicos que se dedicam a pesquisas e tornam o mundo cada vez mais desenvolvido. A Química é uma ciência que desempenha um papel expressivo na atividade econômica do Brasil e no padrão de vida da sua população.
Referências:
www.schwartzman.org.br/simon/scipol/pdf/quimica.pdf
www.cq.ufam.edu.br/Quimica_no_Brasil/historia_quimica_brasil.html
www.ufsm.br/daquil/pag-div-hisa.html
www.coluni.ufv.br/revista/docs/volume03/olharHistoria.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário