Bolsista:
Solange Batista de Sousa Anacleto Reis
Na
maioria das vezes, quando ouvimos falar de plásticos já nos vem à cabeça a
ideia de polímeros, como o poli(cloreto de vinila), PVC, e o
poli(etilenotereftalato), PET. Mas, na verdade, eles não são apenas orgânicos e
esse experimento nos mostrará isso, pois iremos sintetizar um “plástico
inorgânico”.
MATERIAIS UTILIZADOS
- Tubo de ensaio ou béquer
- Enxofre em pó
- Fonte de calor (bico de bunsen, chapa aquecedora, fogão, dentre outros)
- Seringa de vidro
PROCEDIMENTOS
- Pegue o tubo de ensaio ou o béquer e coloque aproximadamente 2/5 de seu volume com enxofre em pó.
- Comece o aquecimento lentamente até sua fusão total e em seguida despeje vagarosamente o líquido e água fria.
- Utilizando a seringa de vidro, coloque ainda quente o líquido no seu interior, e despeje então o enxofre fundido na água, obtendo assim “fios de plástico” de enxofre.
EXPLICANDO!!!
O
enxofre amarelo é o ortorrômbico, constituído por moléculas com fórmula S8,
ou seja, unidades constituídas por oito átomos de enxofre.
Ao
ser fundido as unidades de S8 se rompem, formando novas unidades de
dezesseis átomos.
Ao
continuar o aquecimento, ultrapassando a temperatura de 160ºC, essas unidades
se rompem novamente, formando cadeias ainda maiores.
O
resfriamento súbito do S8 é que garante a permanência dessas
cadeias, se o resfriamento fosse lento ele voltaria ao ponto de partida:
unidades S8.
Já
que as cadeias não possuem o ordenamento estrutural, nem a força de coesão
exibida pelas unidades S8, o material obtido é elástico, com uma
consistência de plástico.
FALANDO UM POUCO
MAIS...
Não
querendo invadir a coluna de “Elementos Químicos”, vou fazer um resumo em
poucas palavras sobre as formas alotrópicas do Enxofre.
De
todos os elementos químicos, o Enxofre é o que possui mais alótropos. Esses se diferenciam no grau de polimerização
e na estrutura cristalina.
As
duas formas mais comuns são o enxofre-α ou rômbico, que é estável à temperatura
ambiente, e o enxofre-β ou monoclínico, que é estável acima de 95,5ºC.
Uma
terceira modificação, conhecida como enxofre γ-monoclínico é “nacarada” (se
assemelha à madre-pérola). Pode ser obtido esfriando rapidamente soluções
concentradas quentes de S em solventes como CS2, tolueno ou EtOH.
Todas
as três formas contém anéis S8 não-planos, com uma conformação de
coroa, diferindo somente no modo de empacotamento dos anéis no cristal. Isso
afeta suas densidades:
- · α-rômbico – 2,069 g/cm-3
- · β-monoclínico – 1,94-2,01 g/cm-3
- · γ-monoclínico – 2,19 g/cm-3
O
enxofre Engel (enxofre-ε) é instável e contém anéis S6 dispostos
numa conformação em cadeira. É obtido derramando uma solução de Na2S2O3
em HCl concentrado e extraindo-se o enxofre em tolueno.
Diversos
outros anéis (S7, S9, S10, S11, S12,
S18 e S20) foram obtidos por Schmidt e colaboradores.
Geralmente são obtidos através de uma reação 1:1, em éter seco, entre
polissulfetos de hidrogênio e dicloretos de polienxofre.
REFERÊNCIAS
LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. p.
272, 5 ed., São Paulo: Blucher, 1999.
KOTZ, J. C.; TREICHEL,
P. M.; WEAVER, G. C. Química Geral e
Reações Químicas. p. 936, v. 2, 6 ed., São Paulo: Cengage Learning, 2009.
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