Olá pessoal, hoje falaremos
sobre uma cientista que contribuiu muito com o avanço da agro ciência no
Brasil, a agrônoma Johanna Dobereiner (Figura 1).
Figura 1. Foto de Johanna Dobereiner.
A cientista nasceu no dia 28 de novembro de 1924 na Tchecoslováquia. Seu pai, químico e docente da Universidade de
Praga, foi preso durante a guerra (1939/45) porque ajudava os judeus a fugirem
da perseguição nazista. Ao terminar a guerra em 1945, a família Kubelka teve encontrou
muitas dificuldades devido a sua origem alemã. O pai de Johanna conseguiu
deixar Praga indo com sua família para a Alemanha.
Em 1946 Johanna
ingressou no curso de Agronomia na Universidade de Munique na Alemanha, onde se
graduou em 1950. No mesmo ano casou-se com seu colega Jurgen Döbereiner e veio
em seguida para o Brasil. Em 1956, se naturalizou brasileira e tiveram três
filhos. Em seguida começou a trabalhar no Laboratório de
Microbiologia de Solos, do
antigo Departamento Nacional de Pesquisa e Experimentação Agropecuárias – DNPEA, do Ministério da
Agricultura a atual EMBRAPA.
Johanna
realizou seu trabalho mais importante em 1970 ao descobrir a ocorrência de uma
associação entre bactérias do gênero Spirillum e as gramíneas. Ela
observou que no Brasil, ao contrário do que acontecia nos países europeus de
clima frio, um determinado tipo de grama crescia sem a necessidade de adubos
químicos, causando um grande impacto no meio científico e tecnológico.
Em 1964, foi chamada a participar da Comissão
Nacional da Soja. O cultivo estava começando no Brasil, e Johanna convenceu a
Comissão das vantagens da aplicação de bactérias nas raízes da planta que, a
partir daí, apresentou uma grande expansão em nosso país. Graças a esse método
foi reduzido os custos da plantação de soja, representando uma economia anual
de 1 bilhão de dólares em fertilizantes hidrogenados, aumentando o potencial
agrícola do país. Em seguida, Johanna aplicou esse método no cultivo da cana de
açúcar e em diversas leguminosas, a um custo mais baixo e com menos poluição ao
meio ambiente.
Johanna foi eleita em 1977, membro efetivo da
Academia Brasileira de Ciências (ABC), tendo
sido eleita vice-presidente dessa instituição em 1995, a
primeira mulher a integrar a direção da ABC. Vencedora do prêmio Nobel da Paz
em 1997, consagrou-se como uma das mulheres cientistas brasileiras mais citada
pela comunidade científica mundial. Ela se dedicou à agronomia até os últimos
dias de sua vida, falecendo em 5 de outubro de 2000.
Em 12 de novembro de 2002 a Sociedade de Pesquisa Johanna Döbereiner foi criada por
colaboradores e familiares para homenageá-la e dar continuidade a suas
pesquisas.
Referencias Bibliográfica:
Entrevista a Carlos Chagas Filho (Instituto de Biofísica, UFRJ).
Publicada em novembro/dezembro de 1983. Disponível em:< http://www.canalciencia.ibict.br/>
acessado no dia 20/07/15 às 15h45 min.
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