Bolsista: Líria Amanda |
Olá
galerinha do blog!
Hoje
estarei falando sobre a talidomida, uma substância fármaco. Vamos relatar suas
funcionalidades dentro da área de orgânica, em que ela é situada. Quem nunca ficou apreensivo ao ler uma bula
depois de ter ingerido um medicamento? Como sabemos, os medicamentos, de forma
geral, além de aliviar algum sintoma adverso do organismo, pode trazer alguns
efeitos colaterais provocando reações contrárias muito graves.
A
primeira síntese (Figura 1) da talidomida foi realizada na indústria
farmacêutica alemã por Wilhem Kunz, em 1953. Na síntese da talidomida, há uma
primeira etapa, que é a condensação do (R,S)-ácido glutâmico com anidrido
ftálico. Depois que é obtido ftalimídico, passa para a segunda etapa, no qual
há sua condensação com a amônia em temperatura elevada e, por fim, é obtida a
talidomida.
Figura 1: Síntese da Talidomida
Fonte: Química Nova
Acreditava-se
que este fármaco era seguro para o uso das grávidas, pois continha uma mistura
racêmica composta por dois enantiômeros iguais, na qual não provoca rotação
líquida da luz polarizada no plano, pois o efeito de cada molécula de um
enantiômero cancela o efeito das moléculas do outro enantiômero, fazendo que
não haja nenhuma atividade ótica líquida. Entretanto, os cientistas mal sabiam
que o enantiômero S, apresentava uma atividade teratogênica. Mas o que seriam
os enantiômeros? Primeiro para que você possa ter uma melhor compreensão, vamos
explicar o conceito de quiralidade, ou o que seria uma molécula quiral. Quiral
vem da palavra grega cheir, que
significa mão, pois as mãos possuem uma imagem especular uma da outra, mas não
são superponíveis (vejam na figura 2).[1], [2]
Figura 2: As mão possuem uma imagem especular
uma da outra, mas não são superponíveis.
Fonte: Solomons, Química Orgânica v1.
A
talidomida é uma substância quiral, pois como já foi falado, ela possui uma
imagem especular, no qual são chamados de enantiômeros (o enantiômero R e o
enantiômero S). Mas para que você, caro leitor, não fique confuso, vamos
explicar um pouco sobre isomerismo: isômeros constitucionais e estereoisômeros.
Os
isômeros são diferentes compostos com a mesma formula molecular, são chamados
de isômeros constitucionais, pois seus átomos tem conectividade diferente. Já
os estereoisômeros não são isômeros constitucionais, seus átomos estão ligados
na mesma sequência, possuindo a mesma constituição, mas com diferentes arranjos
no espaço.
Os
estereoisômeros são subdivididos em duas categorias, os enantiômeros e os
diastereoisômeros. Para recapitular, os enantiômeros são estereoisômeros, sendo
que suas moléculas são imagens especulares não superponível. Os demais
estereoisômeros são diasteroisômeros, cuja a molécula não são imagens especulares
uma da outra.
Como
já vimos à talidomida é uma substância fármaco quiral, pois possui dois
enantiômeros, os enatiômeros R e os enantiômeros S. Essa nomenclatura é
definida pelo chamado centro de quiralidade (no caso o carbono principal da
ligação), sendo que o carbono faz quatro ligações. Vamos ter que analisar a
ordem de prioridade de cada ligação, analisando o número atômico dos ligantes. Quando o número atômico do ligante for menor,
damos menor prioridade, quando o número atômico do ligante for maior, damos
maior prioridade.
O
que vai definir se o enantiômero é R ou S? Essa definição tem haver com a
prioridade de cada ligante, ao tracejarmos a linha dependendo da prioridade, a
linha vai para o sentido horário “R” ou anti-horário “S” (veja na Figura 3). A
regra dessa nomenclatura tem algumas exceções, mas devido o espaço abordamos
somente algumas partes.
Figura 3: Horário “R” e anti-horário “S.
A
talidomida trouxe grandes prejuízos para as populações, em que ela foi
comercializada, sendo assim proibida seu uso, devido ao enantiômero S que
causava deformações no feto. Atualmente a talidomida é utilizada sob
regulamentos restritos, para o tratamento de alguns tipos de câncer e uma
complicação mais grave relacionada a lepra.
Outras condições estão sob investigação em relação do tratamento da AIDS
e da artrite reumatoide. [2]
Espero
que tenham gostado, até a próxima!
Referências
[1] Coelho. F. Química nova na escola. Cadernos temáticos. Fármacos e quiralidade,
nº 3. Maio 2001.
[2] Solomons. T. Química
orgânica. V1. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – 2009.
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