segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Fenol e fenóis, suas utilizações! (Parte II)

Bolsista: Líria Amanda
Olá Pessoal!
Na matéria passada, sobre “Fenol e fenóis, suas utilizações, parte I”, falamos do fenol no tratamento de infecções e também alguns fenóis naturais encontrados nas especiarias e os fenóis artificiais, como o ácido pícrico que foi utilizado em armamentos, pelos ingleses. Hoje, iremos falar sobre o fenol na construção de objetos e sobre um fenol para sabor. Vejamos a seguir como esse composto trouxe grandes benefícios para nossa vida.
Quase na mesma época que Lister (descrito na matéria anterior) fazia experiências com ácido carboxílico, a produção de pentes, talheres, botões e caixas, peças de jogo de xadrez e chaves de piano, que eram feitas do marfim retirado do cerne de elefantes, aumentavam grandemente. Matava-se um número maior de elefantes, por causa de suas presas, o marfim estava escasso e caro. Devido à alta demanda do produto, e o jogo de bilhar se tornar popular, as reservas de marfim estavam se esgotando. Precisava de um produto artificial que poderia substituí-lo. Então foi utilizado a celuloide, um polímero baseado na celulose, tornando-se o primeiro material termoplástico.
O problema é que os polímeros por base de celulose são inflamáveis, principalmente os que são envolvidos por nitrocelulose, causando explosões. Em 1897, ocorreu um incêndio no cinema de Paris, pois a indústria cinematográfica ao fazer o filme, utilizava o polímero de celulose feito de nitrocelulose. Mas nunca aconteceu de uma bola de bilhar explodir, mesmo assim, era um risco para a segurança.

No início do século XX, o belga Leo Baekeland emigrara para os Estados Unidos. Baekeland desenvolveu a primeira versão sintética do material que chamamos de plásticos, inaugurando a Idade dos Plásticos.
Baekeland, após desenvolver um papel fotográfico, conseguiu uma boa renda para criar uma versão sintética da goma-laca, que era utilizada para conservar a madeira. A goma-laca é produzida por besouros e demorava seis meses para ser produzido. Devido à alta demanda, viu-se a necessidade de criar uma goma-laca artificial. 
Primeiramente, Baekeland fez combinações do fenol com o formaldeído, mas os materiais ficavam quebradiços e inflexíveis, tendo nenhuma utilidade. Em 1907, Baekeland conseguiu obter um líquido que endurecia rapidamente, tornando uma substância sólida e transparente, cor de âmbar. Então Baekeland denominou-a de baquelita (ver na figura 1). Descobriu-se que a baquelita era um material ideal para a fabricação de bola de bilhar, pois era muito semelhante ao marfim. Em pouco tempo a baquelita estava por toda parte, como nos aparelhos de telefone, tigelas, agitadores de máquina de lavar, tubos de cachimbo, móveis e entre diversos objetos.
Figura 1: A formação da baquelita
Fonte: Polímeros reações de polimerização.

Assim como a a baquelita, uma substância artificial que foi criada para substituir uma substância natural, outras substâncias também foram criadas para atender a falta da demanda, como por exemplo, a vanilina retirada da orquídea baunilha. Então, fabricaram a vanilina sintética a partir do resíduo líquido gerado no tratamento da polpa de madeira, com sulfito. Tal resíduo possui uma substância encontrada nas paredes das células das plantas, essa substância chama-se lignina, que contribui para a rigidez das plantas.
Na figura 2, vemos o desenho da lignina, o círculo na ilustração destaca a parte da estrutura que é muito semelhante à da molécula da vanilina. Quando a molécula de lignina é quebrada sob condições controladas, pode produzir a vanilina.

Figura 2: estrutura da lignina (à esquerda) semelhante à molécula da vanilina (à direita).

Fonte: Os Botões de Napoleão

A vanilina sintética possui o sabor e o aroma pleno da verdadeira baunilha, pois é retirada de uma fonte natural.
Nesses dois capítulos vimos a importância do fenol e sua vasta utilização no mundo industrial. Espero que tenham gostado, até a próxima!


Referências
[1] COUTEUR. P. BURRESON. J. Os Botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. - Rio de Janeiro: Zahar, 2006.


[2] ALBERTO. R. Curso de química industrial. Polímeros reações de polimerização. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfWVgAI/2012-1-aula-04-polimeros-reacoes-polimerizacao Acesso em: 21/12/2015.



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