Bolsista: Líria Amanda |
Olá
pessoal!
Hoje
estarei falando do isopropeno, um composto orgânico bem conhecido devido sua
utilidade no mundo. Mas qual seria a importância do isopropeno? Esse composto
químico é encontrado na borracha, antigamente utilizado pelos indígenas como
bolas para a diversão da aldeia. Essas bolas quicavam mais alto do que as bolas
feitas na Espanha, que eram feitas de bexigas de animais infladas. Cristóvão
Colombo, ao ver essas bolas, levou um pouco desse material para Europa, mas no calor
ficavam pegajosas e mal cheirosas, e no inverno ficavam duras e quebradiças.
A
seiva branca pegajosa era extraída da árvore da borracha, formava um látex. O
látex pode ser extraído de diversas espécies que produz a borracha, uma delas é
a seringueira (veja na figura 1). Em 1735, o francês Charles-Marie ao ver os
índios manuseando a borracha para fazer utensílios resolveu investigar o
emprego do líquido, levando-o para a Europa. Por causa da longa viajem o
líquido pereceu, ficando mal cheiroso.
Figura 1: Extração do látex da seringueira
Fonte: Mundo Educação
O
cientista Michael Faraday, em 1826 estabeleceu a fórmula química da borracha
como um múltiplo da molécula de C5H8. Nove anos depois,
descobriram que o isopropeno podia ser destilado da borracha. Em 1844 o
inventor e empresário norte americano Charles Goodyear descobriu uma nova forma
de prolongar a durabilidade da borracha. Devido à variedade da utilidade do
material, não era durável, pois no verão ficava pegajosa e fétida e no inverno
ficava dura e quebradiça. Então Goodyear fez diversos experimentos, com várias
substâncias, para tonar a borracha mais durável. Acidentalmente caiu um pouco
de enxofre na borracha na chapa quente. Depois de seus prolongados
experimentos, Goodyear conseguiu obter uma borracha rija, elástica e estável,
no inverno e no verão, pelo processo chamado de vulcanização.
A
estrutura molecular do isopropeno consiste em duas ligações duplas em átomos
adjacentes. Quando ocorre a rotação entre dois átomos de carbono, todas as moléculas
formadas, através da rotação, continuam formando o mesmo composto, mas com estruturas
muito diferentes, uma cis e outra trans (veja na figura 2). O que poderia ser a
forma cis e trans? Quando a estrutura está na forma cis, os hidrogênios estão
do mesmo lado da ligação dupla. Caso o hidrogênio esteja ligado em lados
opostos da ligação dupla, a forma da estrutura é trans (veja na figura 3).
Agora quando ocorre a polimerização do isopropeno forma-se uma massa semelhante
a borracha. A estrutura polimerizada produz ligações duplas que impede a
rotação.
Figura 2: Rotação da estrutura do isopropeno
Fonte: Os Botões de Napoleão
Figura 3: Forma cis e trans do isopropeno
Fonte: Os Botões de Napoleão
Na
formação das moléculas de borracha natural, as moléculas do isopropeno estão
ligados de extremidade com extremidade, na forma estrutural cis..Já como trans
formam uma estrutura rígida. O polímero isopropeno trans ocorre naturalmente
nas arvores da espécie guta-percha e a balata. São aplicados em vários ramos,
como na medicina odontológica e na fabricação de bolas de golfe.
Os
polímeros trans possuem ligações cruzadas que não permitem o deslizamento, isso
os impedem de deslizar, por isso não esticam. Já os polímeros cis possuem
poucas ligações cruzadas, podendo ser esticadas e deslizam umas pelas outras.
Goodyear ao descobrir uma forma de durabilidade da borracha, formavam ligações
cruzadas com enxofre que impediam o deslizamento (veja na figura 4). A
porcentagem de enxofre utilizada na borracha poderia determinar a rigidez do
material, sendo empregada de várias formas.
Figura 4: Forma cis do isopropeno fazendo
ligações cruzadas com o enxofre
Fonte: Os Botões de Napoleão
A
borracha é encontrada em diversos produtos, nos pneus de automóveis, caminhões
e aviões, também em elásticos de roupas, solas de calçados e entre outros. Seu
emprego é muito importante nas indústrias. Enfim, espero que tenham gostado e
até a próxima! [1]
Referências
[1]
COUTEUR. P. BURRESON. J. Os Botões de Napoleão: as 17 moléculas que
mudaram a história. - Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
[2] FOGAÇA. J. Borracha Natural. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/quimica/borracha-natural.htm> Acesso em: 12/ 10/ 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário