Bolsista:
Líria Amanda
Olá pessoal!
Alguém já pensou como seria
o mundo sem os aparelhos de refrigeração? O que aconteceria com os alimentos
transportados a longa distância? E no verão, como seria ficar em uma sala de
aula sem o conhecido ar-condicionado? Com certeza não seria nada fácil. Na
matéria de hoje Empregos dos Compostos
Clorocarbônicos – Parte I estarei abordando sobre a utilização desses
compostos na refrigeração de ambientes e a conservação de alimentos.
Muitos anos antes de Cristo,
as pessoas já utilizavam os métodos de refrigeração para manter os alimentos,
por meio do gelo. O gelo era encontrado em lugares frios. Mas a tentativa de
melhorar o sistema nunca parou e, em 1748, descobriram que o éter tinha um
efeito refrigerante, mas somente cem anos depois uma máquina de éter comprimido
foi utilizada como refrigerador. Anos depois o amoníaco, o cloreto de metil e
dióxido de enxofre também foram empregados no processo de refrigeração, pois
satisfazem as exigências técnicas de um bom refrigerante. No entanto, por
apresentarem graves riscos de incêndio, serem venenosas ou terem péssimo cheiro
– às vezes o conjunto disso tudo, foram substituídas.
Em 1913 começaram a ser
utilizados refrigeradores nas casas, e na década de 1920 começaram a substituir
a caixinha de gelo. Esse gelo era produzido em usinas industriais. Mas como
anteriormente comentado, os refrigerantes utilizados apresentavam problemas e
risco, estimulando o engenheiro Thomas Midgley Jr e o químico Albert Henne a analisaram
compostos que provavelmente teriam pontos de ebulição na faixa estipulada. Os
compostos que atendiam esses critérios eram os compostos de flúor, mas ainda
possuía algumas falhas, pois o flúor é um gás altamente tóxico e corrosivo.
Então Midgley e Henne
prepararam várias moléculas diferentes possuindo um ou dois átomos de carbono e
um número variável de flúor e cloro no lugar de hidrogênio. Conseguiram obter o
composto clorofluorcarbonetos (CFCs), em que satisfizeram todos os requisitos
técnicos dos refrigerantes, eram muito estáveis, não tóxicos, não inflamáveis e
quase sem cheiro.
Várias moléculas diferentes
do CFC passaram a ser utilizadas como refrigerantes, como o
diclorodifluormetano, o fréon 12 (triclorofluometano), ou o fréon 11 (1,2
dicloro -1,1,2,2, -tetrafluoretano), ou Fréon 114 (figura 1). Essa numeração
foi um código usado por Midgley e Henne.
Figura 1: Fréon 12, fréon 11 e Fréon 114
Fonte: Os
Botões de Napoleão
Os CFCs deram grande partida
para o ramo da refrigeração, com seu surgimento houve uma enorme expansão da
refrigeração doméstica. Em 1950 a geladeira era um aparelho comum em todas as
casas do mundo desenvolvido. O método de conservação dos alimentos, por meio da
refrigeração, trouxe novos tipos de alimentos a serem consumidos.
Foi a partir daí que as
pessoas, além de refrigerarem seus alimentos, passaram a refrigerar seu próprio
ambiente e foi assim que começou a expansão da indústria do ar-condicionado,
utilizados em quase todos os ambientes.
Os CFCs também foram
aplicados nos propelentes das latas de sprays,
como cremes de barbear, colônias, bronzeadores, soluções para limpeza e entre
outros. Alguns deles, como os fréons 113, são usados na limpeza de placas de
circuito e outros componentes eletrônicos e os fréons 13B1(figura 2), são muito
bons para os extintores de incêndio.
Figura 2: Fréons 113 e fréons 13B1.
Fontes: Os
Botões de Napoleão
A refrigeração pelos
compostos de CFCs e as outras aplicabilidades como vimos acima, parece tão
perfeita, mas há um problema considerado muito ruim e desvantajoso. Quando liberados
para a atmosfera destrói a camada de ozônio e assim permitindo a passagem dos
raios ultravioletas, prejudicando os seres vivos do planeta. Devido ao aquecimento ocorreria também o
derretimento das geleiras trazendo grandes prejuízos, pois o cloro contido no
composto CFC quebra o processo natural da formação de ozônio, causando tais
danos. Um átomo de cloro tem um efeito degenerativo na camada de ozônio. O
cloro pode ser catalisado com ozônio várias vezes até ser desativado. Outros
problemas do cloro são os efeitos que ele tem sobre o organismo, que pode
trazer problemas respiratórios e câncer.
Atualmente são usados como
refrigerantes os hidrofluocarbonetos e os hidroclorofluorcabonetos, em vez dos
clorofluorcarbonetos. Na próxima matéria iremos falar sobre o cloro usado em
pesticidas e outras aplicações.
Referências
[1]
COUTEUR. P. BURRESON. J. Os Botões de Napoleão: as 17 moléculas que
mudaram a história. - Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
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