Bolsista:
Adrielly
Olá
amigos do quipibid!
Nos
dias de hoje existem vários métodos de identificação humana e o mais comum
entre eles é a impressão digital. A história do uso ou do reconhecimento das
impressões digitais como característica pessoal é tão antiga quanto a história
da civilização. Vários estudos no século XVII descreveram com detalhes os
padrões de digitais dos dedos, mas nenhum autor da época fez referência ao seu
potencial identificador.
Em
1858, Sir Wiliam Herschel, oficial administrativo britânico e chefe de um
distrito em Bengala, na Índia, começou um extensivo uso de impressões digitais,
gravando-as em contratos com os nativos. Posteriormente, em 1877, Herschel
tentou, sem sucesso, obter autorização junto aos seus superiores para utilizar
as impressões digitais como forma de identificar seus prisioneiros. Mesmo
assim, em sua província, ele aplicou o método extensivamente. Após anos de
observação, tendo inclusive analisado suas digitais em 1860 e 1890, Herschel
concluiu que as formas das estrias que formavam as digitais não mudavam durante
a vida.
Figura
1:
Impressão digital
Os
responsáveis por colher as impressões digitais são os datiloscopistas, exigido
deles muita calma, experiência e cuidado. A perícia, quando entra na cena de um
crime, observa vários aspectos. No que diz respeito ao assunto do artigo, a
observação de objetos deslocados da sua posição original pode revelar vestígios
papilares nos objetos que apresentam superfície lisa ou polida. A estes
vestígios se dá o nome de Impressões Papilares Latentes, doravante IPL, que
podem confirmar ou descartar a dúvida de quem estava na cena do crime.
Há
basicamente dois tipos de IPL: as visíveis e as ocultas. As visíveis podem ser
observadas se a mão que as formou estava suja de tinta ou sangue. Já as ocultas
são resultantes de vestígios de suor que o dedo deixou em um determinado local.
Aliado
ao fato de que, quando a pessoa está fazendo um ato ilícito, via de regra, a
transpiração aumenta, transformar estas IPL ocultas em visíveis acaba sendo um
processo de grande importância nas investigações. O quadro 1 traz as
substâncias inorgânicas e orgânicas presentes no suor e nas glândulas
excretadas pelo ser humano.
Quadro 1 – Relação entre as glândulas e os compostos
excretados no suor humano
Outra
técnica muito utilizada para identificação da impressão digital é a técnica do
pó. A técnica do pó está baseada nas características físicas e químicas do pó,
do tipo de instrumento aplicador e, principalmente, no cuidado e habilidade de
quem executa a atividade – vale lembrar que as cerdas do pincel podem danificar
a IPL. Além dos pincéis, a técnica também pode ser realizada com spray de
aerossol ou através de um aparato eletrostático.
Quando
a impressão digital é recente, a água é o principal composto no qual as
partículas de pó aderem. À medida que o tempo passa, os compostos
oleosos, gordurosos ou sebáceos são os mais importantes. Esta interação entre
os compostos da impressão e o pó é de caráter elétrico, tipicamente forças de
van der Waals e ligações de hidrogênio. O quadro 2 relaciona alguns poucos tipos de pós usados na revelação de IPL
com as porcentagens de seus componentes.
Quadro 2–
Pós utilizados na revelação de IPL.
O
uso de um tipo de pó em detrimento dos demais ocorre, principalmente, devido à
superfície em que se encontra a IPL, às condições climáticas – principalmente a
umidade – e a experiência do perito. É por isto que existe uma variedade enorme
de pós, muito maior que as apresentadas aqui, pois as condições do local em que
se encontra a impressão podem ser muito diversificadas. O uso de pós pode ser
prejudicial à saúde do perito, pois com esses podem intoxicar o organismo
humano.
Devido
a isto, na década de 80 foram desenvolvidos pós orgânicos. Exemplo destes pós
encontra-se no trabalho de Kerr, Haque e Westland, no qual são descritos procedimentos
para produção. Um deles seria dissolver 1 g de brometo de potássio em vinte e
cinco mililitros de água destilada. Em seguida, lentamente, dissolve-se trinta
e cinco gramas de amido de milho na solução aquosa de brometo de potássio. Esta
mistura é deixada secar por setes dias e após, é reduzida a pó. Este, por sua
vez, é conservado em um recipiente contento sulfato de cálcio anidro como
dessecante.
Até
a próxima postagem!
Referências
CHEMELLO.
E. Ciência forense: impressão digital. Disponível
em http://www.quimica.net/emiliano/artigos/2007mar_forense4.pdf. Acesso em
25/02/2016
KERR,
F. M.; HAQUE, F.; HAQUE, F. et al. Organic based powders for latent fingerprint detection on smooth
surface, part I e II. Canadian
Society of forensic Science Journal. 1983; 16: 140-142 e 39-44.
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