No
nosso dia a dia estamos sempre usando algum alimento que contenha corantes seja
de fonte natural, como cenoura (cor laranja) ou sintético como em balas e
jujubas coloridas. Mas de onde vêm os corantes sintéticos?
Em
1856, o jovem químico inglês William Henry Perkin (1838-1907), ficou
impressionado ao assistir uma palestra de Hofmann, onde ele dizia a importância
de sintetizar o quinino, extraído da casca da quina que crescia nas Índias
Orientais (única capaz de combater a malaria).
A
partir de derivado do alcatrão de hulha (carvão mineral), Perkin tentou
sintetizar o quinino. Após varias experiências com toluidina, anilina e
dicromato de potássio obteve uma substancia sólida de cor preta, cujas
propriedades em nada lembravam o quinino. Mas ao lavar os frascos usados, com
água e/ou álcool estes ficavam roxos.
Perkin
testou a solução de cor púrpura e percebeu sua propriedade de tingir tecidos.
Descobria- se o primeiro corante sintético a
malveína, malva ou anilina púrpura. A síntese da malveína marcou o inicio
da indústria de corantes sintéticos. Outros corantes foram obtidos por
processos empíricos devido a inexistência de uma base teórica.
Em
1857, Perkin obteve a patente do corante e montou uma indústria junto com seu
pai, iniciando a produção maciça da malveína. Em 1868, C. Graebe e K.
Liebermann sintetizaram pela primeira vez o corante natural a alizarina (di-hidroxiantraquinona),
extraído da raiz da garança. Porém era economicamente inviável em escala
industrial; então Perkin desenvolveu a partir do antraceno do alcatrão de hulha
a alizarina para produção industrial e sua fabrica produziu 220 toneladas da
substancia.
Depois
de 1865, que Kekulé desvendou a estrutura do benzeno, houve um rápido
desenvolvimento na indústria de corantes.
Em
1865, Friedrich Engelhorn fundou a Badische Anilin- E Soda- Fabrik AG, para
produzir corantes derivados de alcatrão de hulha, se tornou líder mundial no
mercado de corantes com a anilina (benzenoamina).
Os
inúmeros corantes sintéticos foram utilizados pela indústria alimentícia em
1897. No final do sec. XIX mais 90 corantes sintéticos eram usados em
alimentos. Em 1906 nos Estados Unidos a primeira legislação relativa à
utilização de corantes sintéticos em alimentos autorizou o uso de 7,os outros
83 foram proibidos.
No
Brasil, a indústria de corantes começou durante a segunda guerra mundial, mas
só depois de 1953 teve um desenvolvimento significativo, sobretudo nos anos
de1960 e 1961.
Atualmente
a Comunidade Europeia autoriza 11corantes sintéticos em alimentos, em função
das vantagens em relação aos naturais, os sintéticos são mais estáveis (resistem
à luz, calor, oxigênio e ação de bactérias), tem durabilidade maior, cores
intensas, e são utilizados em quantidades menores, são mais baratos.
Pesquisas
comprovam que muitos corantes sintéticos são tóxicos e podem causar anomalias
em recém-nascidos, distúrbios cardíacos ou cânceres.
Segundo
a legislação vigente os produtos que usam corantes sintéticos devem trazer no
rotulo a classe do aditivo (corante) e o nome por extenso ou o numero de
inscrição INS. O corante amarelo tartrazina deve trazer o
nome e o numero de inscrição E102,
devido os sérios problemas de saúde que causa, principalmente em crianças.
Referencias:
FONSECA,
Martha Reis Marques da.Química: meio
ambiente, cidadania, tecnologia. 1ª Ed. São Paulo. FDT, 2010. Vol.3
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