Bolsista: Andressa Guimarães
O impacto do lixo no meio ambiente.
Facilmente
moldável, resistente, impermeável, de baixo custo, o plástico, sem dúvida, é um
material indispensável hoje em dia. Em nome da praticidade, porém, ele é
utilizado em embalagens e produtos descartáveis. Como não se degrada facilmente
no meio ambiente - leva séculos para se decompor, ele polui o solo e,
principalmente os oceanos, formando verdadeiros entulhos na natureza. Nos mares,
a massa plástica dificulta a troca de oxigênio da atmosfera com a água, o que
causa a morte dos animais, ao consumir pedaços de plástico, por engano.
O combate ao uso excessivo
das sacolas plásticas não é exclusividade de algumas cidades brasileiras. Nos
últimos anos, nações de todos os continentes aboliram ou restringiram o uso ou
a distribuição dos sacos plásticos em seu território. Esta tendência vem se
confirmando não somente nos países desenvolvidos, mas também em nações pobres,
como Tanzânia, Ruanda e Somália, em que a proibição do plástico se tornou uma
questão de saúde pública.
Mesmo países que nunca se
preocuparam com o problema, como os Estados Unidos, China e Japão, tem se
esforçado para acabar com os sacos plásticos em suas redes de comércio, cada um
à sua maneira.
Embora não haja nenhum
plano global ou modelo, ao longo dos anos os países foram criando as suas
próprias legislações contra o uso desenfreado das sacolas plásticas, que vão
desde leis estaduais ou federais, restrições de uso, planos de conscientização
ou até mesmo a prisão.
Um dos exemplos de maior
sucesso é o da Irlanda, que praticamente extinguiu o uso de sacolas plásticas
aplicando um tributo sobre cada unidade que é usada. Conhecido como Plas Tax, o
imposto criado em 2002 cobra uma taxa de 22 centavos de euro por sacola
utilizada e somente em seu primeiro ano de funcionamento reduziu o consumo em
90%, praticamente excluindo o plástico no país, mesmo sem proibir sua
circulação.
As campanhas de
conscientização são uma das alternativas mais usadas, adaptando-se a cada
realidade. No Chile, na Alemanha e na Suécia, os comerciantes são incentivados
a sugerir aos clientes alternativas de substituição do plástico, como sacolas
de pano, caixas e outros materiais retornáveis. Na Somália, as pessoas voltaram
a utilizar cestas e caixas. Já na França, as empresas que produzem sacolas
biodegradáveis têm incentivos federais para produzir mais.
Outros países adotam
posturas mais radicais para impedir a distribuição dos sacos plásticos. Na
Índia, os infratores são punidos com cadeia. Em Ruanda, pertences que estiverem
em sacos plásticos são confiscados.
A proibição formal, uma
medida adotada em muitos países, nem sempre pode barrar a demanda crescente de
plástico. Um exemplo que ilustra esta situação é o caso de Bangladesh, que
proibiu a distribuição e venda das sacolas por conta da sujeira acumulada em
seus bueiros, mas voltou atrás oito anos depois, e hoje os sacos poluem
novamente as ruas do país.
No Brasil, embora ainda
não haja uma lei nacional, capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília,
João Pessoa e Palmas já aprovaram leis que proíbem a distribuição gratuita de
sacolas plásticas nos caixas, e outras oito capitais, além dos estados do
Maranhão e do Rio, já aprovaram leis estaduais que prevêem a substituição do
plástico por materiais biodegradáveis.
O plástico é um dos
materiais mais encontrados nos aterros sanitários e, por isso mesmo, um sério
problema ambiental, por causa de sua alta resistência: podem durar séculos sem
se decompor. De sacolinhas de supermercados a utensílios cotidianos, peças de
automóveis, embalagens de produtos variados e garrafas PET, cerca de 20% do
nosso lixo doméstico é composto por plásticos.
De acordo com o
Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) - uma associação sem fins
lucrativos que incentiva a reciclagem entre as empresas – só em 2010, 5,9
milhões de toneladas de resinas plásticas foram consumidas pelos brasileiros.
Só de garrafas PET foram nada menos que 505 mil toneladas. Esses dados mostram
como é importante consumir esse material com consciência e encaminhá-lo à
reciclagem, sempre que possível. Confira a seguir, a principais questões sobre
a reciclagem do plástico, respondidas por especialistas no setor.
Tipos de reciclagem de plástico:
Primária ou pré-consumo – Feita com plásticos de resíduos
industriais, livres de sujeira ou contaminação.
Secundária ou pós-consumo – Plásticos das mais diversas
origens e resinas (são mais de 40 tipos diferentes) que são recolhidos de
lixões e aterros sanitários.
Terciária – Transformação dos resíduos plásticos em
produtos químicos, gases e até óleos combustíveis utilizados em diversos
setores da produção industrial.
Referência
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