Bolsista: Walmira Gomes
Olá colegas do Quipibid! Hoje
vamos falar sobre a história da química no Brasil.
O desenvolvimento tardio da química no Brasil tem raízes
históricas. Em Portugal, no período do descobrimento, ao contrário do que
estava ocorrendo em outros pontos da Europa, a alquimia não floresceu. A
quantidade de ouro e outros bens de valor que os navegadores portugueses
levaram para o Reino foram suficientes para desestimular qualquer aventura
alquimista em busca da pedra filosofal. Mesmo a iatroquímica e o flogístico não
despertaram interesse, e apenas em 1772 foi criado na Universidade de Coimbra o
primeiro curso superior de química. Vários brasileiros frequentaram o curso
nessa época, com destaque para o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira e
para Vivente Coelho de Seabra Silva Telles, que em 1801 adaptou a nomenclatura
química de origem latina criada por Lavoisier para a língua portuguesa e que
basicamente é usada até hoje, com as devidas modificações trazidas pelo
progresso da ciência.
Um dos alunos de Silva Telles foi
José Bonifácio de Andrade e Silva, um dos personagens centrais do movimento da
independência. José Bonifácio foi um dos mais importantes mineralogistas de sua
época e é conhecido como o “patriarca dos químicos brasileiros”. Por volta de
1800 ele descobriu dois minerais, a partir dos quais descobriu-se em 1818 o
elemento Lítio.
A Real Academia Militar, fundada
em 1811, foi a primeira instituição de ensino de química. As aulas de química faziam
parte de um curso para soldados e oficiais, que ainda assistiam a aulas de
matemática, física, mineralogia, entre outros. No mesmo período foram criados
cursos de medicina na Bahia e no Rio de Janeiro em que eram ministradas aulas
de química e farmácia, mas a situação destes cursos era extremamente precária e
raramente havia aulas práticas.
Em 1812 foi criado o Laboratório
Químico-Prático no Rio de Janeiro, responsável pelas primeiras operações de
química industrial no Brasil e por investigações da composição de minerais e
vegetais, com resultados interessantes para a época. Mas pouco tempo depois as
atividades do laboratório se limitaram apenas à produção de alguns
medicamentos. Um laboratório mais importante no período foi o Laboratório
Químico do Museu Nacional, criado em 1818 no Rio de Janeiro. Neste laboratório efetuaram-se
as primeiras perícias toxicológicas, análises de combustíveis nacionais e
investigações sobre a composição de amostras de pau-brasil vindas de várias
regiões do país.
A Primeira Guerra Mundial tornou
óbvia a necessidade de formação de químicos e a criação do ensino profissional
técnico e do ensino científico voltado à pesquisa, que impulsionaram a criação de diversos cursos
por todo o país. Mas a criação da infra-estrutura necessária e manutenção de
tais cursos não foram um processo contínuo e quase todos os cursos foram
extintos antes de completarem 10 anos. A profissão de químico foi regulamentada
pelo decreto 24.693 de 12 de julho de 1934 e a criação do Conselho Federal e
dos Conselhos Regionais de Química foi definida pela lei 2.800 de 18 de junho
de 1956, data na qual se comemora o “Dia do Químico”.
Os Institutos de Química criados
com a Reforma Universitária de 1970, os Cursos de Engenharia Química e os
cursos de técnicos químicos são responsáveis pela formação de grande parte dos
profissionais em química atualmente.
Boa leitura a
todos!
REFERÊNCIAS:
FARIAS,
Robson Fernandes de. História da química no Brasil. Campinas: Átomo, 2004.
http://www.ufsm.br/daquil/pág-div-hisa.html
Artigo interessante sobre a própria história do Brasil que está entrelaçada com a historia da educação, dos personagens da independencia do Brasil e da geologia.
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