Bolsistas:
Luzia M. Santos e Natália Bruna S. Lourenço
Olá amigos leitores do blog, hoje vamos falar um pouco a respeito da Sustentabilidade em Indústrias.
Nos dias atuais muito se fala em sustentabilidade já
que passamos por um período complicado em que existe uma crescente preocupação com
recursos naturais. Desde então, as pessoas se atentaram, e em diversos campos
de trabalho, empresas e indústrias inclusive as petroquímicas começam a buscar
alternativas que diminuam o desgaste dos recursos naturais. Mas como uma
indústria se torna sustentável?
A forma mais utilizada para deixar
a indústria sustentável é, sem dúvida, a adoção de projetos sustentáveis com
vistas na geração de produtos e subprodutos que possam substituir à petroquímica.
A busca por fontes renováveis
crescem a cada dia, não somente no Brasil, mas como todo o planeta necessitam de
fontes alternativas para produção de produtos de altos valores na indústria química,
umas dessas fontes a serem utilizadas é o caju que pode que ser todo
aproveitado, desde o fruto ao pedúnculo, veremos mais ao longo do texto.
Hoje vamos falar do LCC (líquido da
casca da castanha), um subproduto do fruto do caju (nome cientifico Anacardium occidentale L). Muitos
desconhecem, mas o fruto do caju na verdade é a castanha e não seu pedúnculo
que possui variação de cores entre amarelo e vermelho (Figura 1).
Figura
1. Partes do caju.
Do cajueiro tudo se aproveita: suas
folhas quando novas auxiliam na cicatrização de feridas; sua madeira é
resistente utilizada na construção civil, fabricação de barcos entre outros. Do
pedúnculo se extrai o suco que possui alto teor de vitamina C, maior até que o
da laranja, além de conter niacina (vitamina
do complexo B) e ferro, úteis para a indústria alimentícia.
A castanha é consumida como
alimentação em quase todas as partes do mundo. Do tronco se extrai uma substância vermelho escura
utilizadapara colorir tecidos.
Do mesocarpo se retira o LCC (líquido
da casca da castanha), é um produto de uso industrial e medicinal. É um líquido escuro, cáustico e
inflamável, por isso em contato com a pele causa queimaduras. O LCC pode
ser utilizado na fabricação de tintas, vernizes, isolantes elétricos,
pigmentos, inseticidas e fungicidas e na confecção de lonas de freio de
automóveis, entre outras utilidades. Composição
química do LCC: Rico em lipídios fenólicos não-isoprênicos naturais: Ácido
Anacárdico, Cardanol, Cardol, e o 2-Metilcardol, além de alguns componentes
minoritários (Figura 2).
Figura
2.
Estrutura dos lipídios fenólicos não isoprênicos.
Fonte:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000300017&script=sci_arttext
Os processos para obtenção do LCC são: extração a frio (prensas),
extração por solvente e o térmico-mecânico. Neste processo se utiliza o próprio
LCC para o aquecimento das castanhas. O cardanol e o cardol são obtidos pelo
processo de descarboxilação do ácido anacárdico a altas temperaturas e esse
processo deve ser feito porque o LCC natural causa explosões devido a formação
de CO2 (gás carbônico), o que provoca o aumento de temperatura e a
expansão do volume quando acondicionado em tambores. A descarboxilação elimina o
CO2 em excesso.
A casca também é utilizada como
combustível de caldeiras para geração de energia nas próprias indústrias de beneficiamento
de castanhas.
Bom, esperamos que vocês tenham
gostado da matéria. Até a próxima!
Referências
MAZZETTO Selma Elaine;
Diego Lomonaco; Giuseppe Mele. Óleo da castanha de caju: oportunidades e desafios no contexto do
desenvolvimento e sustentabilidade industrial. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S010040422009000300017&script=sci_arttext>
PAIVA, F. F. de A.,
GARRUTI, D. dos S.; SILVA NETO, R. M. da. Aproveitamento Industrial do Caju.
Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT/SEBRAE/CE, 2000, 88p.
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