terça-feira, 10 de outubro de 2017

A Química do Chá


 
Bolsista: Karla Nara
Olá, caros leitores....
O assunto dessa semana é muito significativo, uma vez que iremos abordar sobre os chás. O chá é uma das bebidas mais disseminadas no mundo devido principalmente as suas propriedades sensoriais tais como, sabor e aroma. Além disso, a bebida pode ser utilizada como princípio ativo em medicamentos devido às suas propriedades medicinais no combate e prevenção de doenças. Essas propriedades devem-se à presença, de compostos biologicamente ativos tais como: flavonoides, catequinas, polifenóis, alcalóides, vitaminas, sais minerais, dentre outros (Schmitz et al., 2005).
Chá é a infusão obtida pela escalda de folhas de chá (Camellia Sinensis) vista na figura 1, verdes ou fermentadas. A planta é originária das regiões asiáticas de Assam, Mianmá (Birmânia), Tonquim e Mekong. (VENTURINI, 2010).

Figura 1 - Camellia Sinensis
Fonte: http://chaarteevida.blogspot.com.br/2010/04/conhecendo-camellia-sinensis-ou-planta.html

Plantas, flores e frutos possuem algumas propriedades tais como: sabor, aroma e características medicinais, que são distintas da erva Camellia Sinen. O processo de preparação dessas bebidas é o mesmo, sendo assim, qualquer tipo de infusão em água quente passou a ser conhecido popularmente como chá. (SILVA, 2011)
Algumas plantas medicinais de uso tradicional para preparo de chás são reconhecidas pela ANVISA, podemos citar algumas delas: Cymbopogon citratus, cujo nome popular é capim-cidreira erva cidreira, sua parte utilizada são as folhas e é indicada para cólicas intestinais e uterinas e sua contraindicação não foi encontrado na literatura consultada. Temos também a planta Plectranthus barbatus, cujo nome popular é o falso-boldo, boldo nacional, hortelã homem, boldo africano, sua parte utilizada são as folhas, suas indicações são: dispepsia (distúrbios da digestão) e hipotensão (pressão baixa) possui contraindicação para gestantes, lactantes, crianças, pessoas com hipertensão, hepatites, obstrução das vias biliares e uso de medicamentos para o sistema nervoso central. Outra planta bem usada é a Rosmarinus officinalis L, do qual seu nome popular: Alecrim, alecrim-de-jardim, rosmarinho, alecrim de-cheiro, flor-de-olimpo. Suas partes utilizadas são as folhas e sumidades floridas e tem indicações para distúrbios circulatórios, antisséptico, cicatrizante, distúrbios digestivos. Contraindicação: Pessoas com doença prostática, gastroenterites, dermatoses e convulsão. (ITAIPU BINACIONAL, 2012)
Segundo BRAIBANTE (2014), No Quadro 2, apresentamos algumas plantas popularmente utilizadas no Brasil na forma de infusão, seus princípios ativos e usos medicinais.


A química orgânica está muito existente nos chás, uma vez que analisando as estruturas químicas dos componentes dos chás e os principais princípios ativos de cada um podemos averiguar as cadeias carbônicas, nomenclatura, grupos funcionais, isomeria e entre outros.
Como foi citado no quadro 2, a planta hortelã cujo principio ativo é o mentol tem em sua cadeia carbônica um grupo funcional álcool secundário, além de possuir uma ciclohexano e ligações saturadas. Já no camazuleno principio ativo da camomila em sua cadeia carbônica é um composto aromático. E no citral principio átivo do capim cidró tem um grupo funcional aldeído, além disso, apresenta isomeria e contêm ligações insaturadas. E na planta erva doce, cujo principio ativo é o anetol, em sua estrutura carbônica dispõe de um benzeno, um grupo funcional cetona e ligações insaturadas.
Sendo assim, a química estar relativamente presente nos chás, uma vez que conhecimentos populares podem ser discutidos e analisados em busca de um amplo conhecimento, envolvendo várias temáticas.


Referências
  • SCHMITZ, W.; SAITO, A.Y.; ESTEVÃO, D.; SARIDAKIS, H. O. O chá verde e suas ações como quimioprotetor. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 26, n. 2, p. 119-130, 2005. Disponível em: < http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/3561> . Acessado em 18 de julho de 2017.
  • VENTURINI, F.W. G. Bebidas não alcooólicas: Ciência e tecnologia. São Paulo: Blucher, 2010, v.2.
  • SILVA, D. A Química dos chás: Uma Temática para o Ensino de Química Orgânica. Santa Maria- RS, 2011. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/tede/tde_arquivos/35/TDE-2011-11-22T163944Z-3337/Publico/SILVA,%20DENISE%20DA.pdf > Acessado em 18 de julho de 2017.
  • ITAIPU BINACIONAL - Projeto Plantas Medicinais – Cartilha Informativa, 2012. Disponível em: < http://www.cultivandoaguaboa.com.br/sites/default/files/iniciativa/BX_cartilha_15x21cm.pdf> Acessado em 17 de julho de 2017.
  • MORAIS, S.M.; CAVALCANTI, E.S.B.; COSTA, S.M.O.; AGUIAR, L.A. Ação antioxidante de chás e condimentos de grande consumo no Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, p. 315-320, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102695X2009000200023&script=sci_abstract&tlng=pt> Acessado em 17 de julho de 2017.
  • BRAIBANTE, M.E. F.; SILVA, D.; BRAIBANTE, H. T. S.; PAZINATO, M. S. A Química dos Química Nova na Escola, São Paulo-SP, BR. Vol. 00, N° 0, p. xxx, 2014. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/prelo/QS-47-13.pdf> Acessado em 18 de julho de 2017.

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