quarta-feira, 10 de agosto de 2011

OS PLÁSTICOS NUNCA SE ESQUECEM!


Bolsista: Solange Batista de Sousa Anacleto Reis
OS PLÁSTICOS NUNCA SE ESQUECEM!
MATERIAIS UTILIZADOS
  •          Garrafas PET de qualquer tamanho
  •          Uma ferramenta cortante de serra (faca, cegueta)
  •          Alicate
  •          Tesoura
  •          Água
  •          Fonte de calor (fogão, micro-ondas)

PROCEDIMENTOS
  •          Com o auxílio da ferramenta cortante ou da tesoura retire o bocal da garrafa pet, aquela parte logo abaixo do anel.
  • Esquente a água e ponha dentro o bocal da garrafa pet. Com o bocal ainda quente, introduza o alicate e o abra usando as duas mãos. Após esticar o bocal, coloque-o dentro de um recipiente contendo água fria
    • Agora vem a parte mais interessante desse experimento. Esquente a água novamente até a ebulição, coloque dentro o bocal esticado e observe atentamente.
    O QUE ACONTECEU?
    •          O bocal voltou novamente ao formato inicial, absolutamente cilíndrica.
    •          Isso acontecerá mesmo se você cortá-lo e esticá-lo totalmente.
     
    E AÍ VEM A PERGUNTA! MAS PORQUE ISSO ACONTECE?
    •          Para entendermos essa reação teremos que entender um pouco sobre os plásticos. O material da garrafa PET é um polímero, que são longas moléculas formadas pela reação química entre moléculas pequenas que se juntam.
    •          Quando as moléculas de uma substância, seja ela polímero ou não, estão organizadas, formam um material cristalino. Já quando essas moléculas estão espalhadas de forma aleatória, ou desorganizadas, temos um material amorfo. Existem plásticos onde temos os dois tipos de arranjos presentes, e esses serão chamados semicristalinos. 
    •          O PET da garrafa é um material amorfo. Ao ser aquecido ele pode ser esticado, pois sua cadeia polimérica estará sendo alinhada naquela posição. Mas como o arranjo energético mais favorável, no entanto é ter suas moléculas espalhadas aleatoriamente, ao aquecermos novamente elas terão uma maior liberdade de movimento e voltarão espontaneamente à sua forma antiga.
    CURIOSIDADES
    •          O elástico também é um polímero amorfo. A diferença entre o elástico e o PET é o primeiro já é flexível em temperatura ambiente, enquanto que o segundo só se torna flexível a uma temperatura de cerca de 85° C. A temperatura que cada material amorfo precisa atingir para adquirir flexibilidade é chamada de temperatura de transição vítrea. Sendo que no caso dos polímeros é nessa temperatura que as cadeias conseguem se movimentar umas sobre as outras.
    •          Outro material amorfo, que se torna flexível ao ser aquecido é o chiclete (goma de mascar), sendo que nesse caso a temperatura de transição vítrea é aproximadamente aquela em que se encontra nossa boca. Por isso que, ao grudar chiclete em um tecido pode ser usado o gelo para retirá-lo, já que assim o chiclete se tornará duro e quebradiço.
    •          O que faz a temperatura de transição vítrea mudar de um polímero para outro é facilidade de movimentação de suas cadeias. Ao mudarmos a estrutura das moléculas de uma cadeia, mudamos também as interações entre essas moléculas. Então ao ser adicionado ramificações na cadeia, aumentamos então o espaço e consequentemente será dificultada a interação entre essas cadeias.
    •          Outra maneira de modificar as interações entre as cadeias é adicionando aditivos, que são moléculas conhecidas como plastificantes. Essas moléculas ficam presas entre as moléculas do plástico, o tornando flexível. Isso ocorre, por exemplo, no PVC, para que seja possível obter desde canos rígidos usados nos encanamentos, até mangueiras flexíveis usadas para gás, e ainda filmes plásticos usados para embalar alimentos.

    Observação: Como hoje em dia fala-se muito em reciclagem, o material usado nesse experimento pode ser usado, por exemplo, para fazer um chaveiro, como mostra a figura abaixo:
     
    Até a semana que vem...
    REFERÊNCIAS
    MATEUS, A L. Química na cabeça 2 – Mais experimentos espetaculares para fazer em casa. 2 ed. UFMG: Belo Horizonte, 2010.
    SOUZA, P. P.; SILVA, G. G.; AMARAL, L. O. F. O cotidiano é meio amorfo. Química Nova na Escola, n. 20, p. 21, nov. 2004.
     
     

     

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