quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Curtume

Bolsista: Ana Lucia Miranda

        Olá leitores, vocês sabem qual o processo para se preparar os couros dos nossos sapatos, carteiras, bolsas entre outros? Nesta matéria vamos aprender juntos, o processo que ocorre durante a  preparação das peles de animais, então vamos lá com a matéria.


    Quando se fala curtir está dizendo que as peles de animais como: equinos, ovinos e até de crocodilos ou jacarés entre outros animais, serão submetidos a tratamentos com produtos químicos para tornarem resistentes à água e evitar o apodrecimento. O processo do curtume pode ser realizado de três maneiras: mineral, vegetal e a óleo, em algumas peles pode ser utilizado o processo misto, que é a combinação de dois dos três processos utilizados.

    A pele dos animais é enviada para retirar os pelos antes de ir para o curtume, a pele é imersa em tanques que contém solução aquosa alcalina que na maioria das vezes é o hidróxido de cálcio (CaOH)2, o meio aquoso irá dissolver as proteínas provocando a queda dos pelos, pode-se  também empastar o lado interno da pele  com  hidróxido de cálcio (CaOH)2 e sulfeto de sódio (Na2S) que irão reagir,veja equação:

      As peles que são designadas para confecção de casacos de pele e gorros entre outros artigos de luxo não passam pelo processo de depilação. Neste processo de depilação o NaOH e o Ca(OH)2 combinam com o colágeno e devido essa combinação precisam ser eliminados. Para essa eliminação, a pele é submetida a um tratamento com soluções químicas ligeiramente ácidas com objetivo de neutralizar as bases (NaOH, Ca(OH)2). 
       Após esse tratamento, as peles serão submetidas à ação de culturas bacterianas, que possuem a função de digerir a elastina dando-lhes aquela textura macia e suave ao couro. Terminada essa etapa, as peles serão emitidas para o curtimento.

Curtimento vegetal.

       É o mais antigo, aparentemente é resultante da combinação química entre substâncias extraídas dos vegetais e as proteínas da derme (camada mais profunda da pele), que formará compostos não solúveis em água e imputrescíveis. Nesta técnica são utilizados os taninos (substâncias retiradas das plantas), as plantas mais utilizadas para a extração são: o barbatimão, a aroeira e o salgueiro, podem ser retirados das plantas as raízes, a casca, folhas ou toda a planta. No Brasil o barbatimão foi o primeiro a ser utilizada e em seu caso é usado a casca.
     Para curtir as peles elas são colocadas em séries crescentes de tina com solução de tanino com concentrações preestabelecidas de uma série em relação à outra. Essas concentrações são mantidas constantes e aos poucos são adicionados mais extratos tânicos na medida em que for desenvolvendo o curtimento. As peles vão sendo transferidas de uma tina para outra onde as soluções são mais concentradas. O tratamento pode levar de uma a três semanas, vai depender do tipo de pele, as de animais de pequeno porte ou mais jovens são curtidas mais rápidas, para preparar couros destinados à fabricação de solas e correias de transmissão ainda é utilizado o processo vegetal.

Curtimento mineral

         Este processo assemelha com o anterior, porém aproveita-se a propriedade que o colágeno possui de combinar com alguns metais como: cromo, zircônio e alumínio, o cromo é o mais empregado na forma de monohidróxissulfato de cromo III Cr(OH)SO4, que pode ser obtido a partir da reação:


      Ao reagir com as proteínas da pele o Cr(OH)SO4 desenvolve uma reação idêntica a dos taninos, para controlar  a acidez da solução e favorecer o andamento do processo é comum usar o bicarbonato de sódio. Para obtenção de um couro mais resistente à variações térmicas e de propriedades após secos, serem remolhados e retrabalhados facilmente é utilizado no curtimento  cloreto de alumínio. Para obter o couro branco e resistente é utilizado o sulfato de zircônio em solução aquosa.

Curtimento em óleo

       Para obter peles mais delicadas esse processo é o utilizado, como nas peles de cabra, coelho, camurça, banham-se as peles em óleo de peixes que são ricos em ácidos graxos poli-insaturados, após esse banho são colocados ao ar para secar. 
    Ao entrar em contato com o O2 do ar os ácidos graxos vão sofrer oxidação, que produzem os hidroxiácidos graxos, que vão se combinar com as proteínas da pele e assim formar agregados insolúveis, o resultado desse processo são peles macias bastante flexíveis, de coloração amarelo-clara, empregado na  fabricação de luvas.

       Espero que  gostem e até a próxima matéria, boa leitura!!!!

Fontes:

http://www.sinacouro.org.br/docs/manual_confeccionador_bolsas_sintetica.pdf






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