sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Química Orgânica em Nossa Vida

                                                                                                                                                 Bosista: Walmira Gomes

Grande parte dos compostos químicos que hoje são estudados pela Química Orgânica sempre esteve presente na história da humanidade: a queima da madeira (combustão orgânica) já era feita pelo homem pré-histórico; antes de Cristo, a humanidade já produzia bebidas alcoólicas, vinagres, corantes, etc.; os alquimistas do século XIV conseguiram obter muitos extratos vegetais e apartir dessa época, as técnicas de retirar compostos já prontos de vegetais e animais, foram sendo aperfeiçoadas.

Nos dias atuais esses compostos continuam sendo muito comuns e importantes em nossas vidas. Por exemplo, o álcool comum (C2H6O) existe em bebidas e é muito usado na indústria e como combustível para automóveis; o vinagre (C2H4O) é um tempero habitual em nossas refeições; o éter (C4H10O) é muito usado em farmácias e hospitais; o açúcar comum (C12H22O11) é um alimento importante; a gasolina (C8H18) é um dos combustíveis de maior uso no mundo atual.                                                                     
Novos compostos têm sido criados, quase que diariamente, por meio do intenso trabalho de pesquisa que hoje se desenvolve na área da Química Orgânica. Tais compostos estão presentes em plásticos, tecidos, medicamentos, detergentes, corantes, proporcionando a todos nós mais conforto, mais saúde e inúmeros outros benefícios.
O nascimento da Química Orgânica se deu no século XVIII, quando Carl Wilhelm Scheele (1742-1786) conseguiu isolar ácido tartárico (C4H6O6) da uva, ácido cítrico (C6H8O7) do limão, ácido lático (C3H6O3) do leite, glicerina (C3H8O3) da gordura, uréia (CH4N2O) da urina.
Foi por esse motivo que Torbern Olof Bergman (1735-1784) definiu, em 1777, a Química Orgânica como a química dos compostos existentes nos organismos vivos, vegetais e animais, enquanto a Química Inorgânica seria a química dos compostos existentes no reino mineral.
Nessa época, Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) conseguiu analisar vários compostos orgânicos e constatou que todos continham o elemento químico carbono.
           Em 1807, Jons Jakob Berzelius lançou a idéia de que somente os seres vivos possuiriam uma "força vital" capaz de produzir os compostos orgânicos; em outras palavras, criava-se a idéia de que as substâncias orgânicas jamais poderiam ser sintetizadas, isto é, preparadas artificialmente, num laboratório ou numa indústria.                     
Químico sueco nasceu em 1779 e faleceu em 1848. Berzelius é considerado um dos pais da química moderna, pois como experimentador hábil, grande teórico e pedagogo dedicado, foi um dos químicos mais influentes da primeira metade do século XIX. Entre 1830 e 1840 trabalhou na criação dos símbolos dos elementos químicos, que são usados até hoje. Apesar de sua grande contribuição para química, insistiu em defender a teoria da força vital, derrubada mais tarde por comprovação experimental.
Em 1828, porém, Friedrich Wohler efetuou uma reação a partir de um composto mineral (cianato de amônio) e chegou a um composto orgânico (a uréia que existe na urina dos animais); começa então, a queda da teoria da força vital.
                                                                  
Químico alemão nasceu em 1800 e faleceu em 1882. Formou-se médico em 1823, mas não chegou a exercer a profissão, voltando-se para a pesquisa científica. Estudou com Berzelius, do qual se tornou grande amigo. Em 1825 foi trabalhar como professor e pesquisador de uma escola técnica de Berlim. No laboratório dessa escola, em 1828 realizou o experimento que o tornou famoso: a síntese da uréia. Na época Wohler, procurava preparar o cianato de amônio, a partir do cianeto de prata e do cloreto de amônio, dois sais tipicamente inorgânico.
Wohler descreveu o resultado inesperado como: um fato notável, pois, representa um exemplo da produção artificial de uma substância orgânica de origem animal a partir de substâncias inorgânicas, o que ia diretamente contra a lei do vitalismo que imperava na época.
Nos anos que se seguiram à síntese de Wohler, muitas outras substâncias orgânicas foram sintetizadas (acetileno, metanol etc.). Desse modo, desde a metade do século XIX, os químicos passaram a acreditar na possibilidade de síntese de qualquer substância química. Abandonou-se definitivamente a idéia de que os compostos orgânicos deveriam sempre se originar do reino vegetal ou do reino animal. Em consequência desse fato, em 1858, Friedrich August Kekulé (1829-1896) propôs o conceito que usamos hoje, na qual Química Orgânica é a química dos compostos do carbono.
Referência:
Martha Reis, Química Volume 2, Meio Ambiente Cidadania Tecnologia, Editora FTD, 2010, 1ª Edição.

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