sexta-feira, 21 de agosto de 2015

QUÍMICA E A “CRISE DA ENERGIA ELÉTRICA”

Bolsista: Wanderley Almeida

Temos visto e ouvido ao longo de todo o ano passado e agora em 2015, noticias como: hospital faz cirurgias no escuro por falta de luz, vários estados sofreram com apagão, poderá haver racionamento.  Ás vezes, nós que não fomos afetados ainda de forma direta não demos a devida importância a estas noticias. Mas, todavia é um assunto serio que poderá trazer transtornos a toda população do país. Trata-se como a mídia mesmo propõe “crise energética brasileira”.
As usinas hidrelétricas são as principais geradoras de energia elétrica no Brasil. A energia que é produzida pelas hidrelétricas é a chamada energia hidráulica, que é gerada pela força (pressão) das aguas do rio que ao passarem pelas turbinas da usina as movimentam, formando um campo eletromagnético, gerando eletricidade. Energia limpa e renovável. Pois, a água é um recurso renovável pelo ciclo natural de evaporizarão – chuva. [1], [4]
Um dos principais problemas das hidrelétricas ocorre quando há uma estiagem prolongada, como ocorreu entre os anos de 2013 e 2014, afetando o nível dos reservatórios, diminuindo a produção de energia e trazendo ainda o risco constante de racionamento de energia, como mostrado nas figuras 1e2. Não podemos deixar de mencionar a ação humana responsável pela poluição dos rios, e de forma direta e/ou indireta pela diminuição da quantidade de água, devido ao desmatamento frenético das bacias hidrográficas.
FIGURAS 1 e 2: fotos sistema Cantareira outubro de 2014. FONTE: imagens do Google.


Outro fator de grande importância para a instalação dessa crise é a falta de investimentos necessários no setor (investimentos por parte das concessionarias de energia) e por ultimo, mas não menos importante a intervenção do Estado. Segundo Fernando Henrique Cardoso (FHC), em artigo publicado nos jornais: O Globo e O Estado de São Paulo. Escreve –“Reduziu-se a tarifa de energia elétrica em momento de expansão do consumo (...) agora todos lamentam a crise energética”. [3]
De fato! O sistema de geração de energia por meio de hidrelétricas é extremamente vulnerável, visto que a falta de chuvas pode levar este sistema ao colapso. Mas existem outros meios capazes de provocar uma maior estabilidade na geração de energia, um deles é a energia nuclear, que é produzida nas usinas nucleares por meio de um reator nuclear.
Energia nuclear é a energia liberada pelo núcleo de átomos que sofrem fissão de modo que a reação em cadeia seja controlada. [1]
Para prosseguirmos vamos entender o que é fissão nuclear e reação em cadeia: Fissão é a quebra de núcleos grandes em núcleos menores, liberando uma grande quantidade de energia. Assim, um nêutron disparado contra o grande núcleo do Uranio o quebrará em dois núcleos menores (nesse caso em especifico: bário e criptônio), liberando ainda três nêutrons, que continuará a colidir com outros núcleos de Uranio, reação em cadeia.  Como ilustra a figura á seguir. [2]


Figura 3 – Efeito em cadeia, á partir de um nêutron lançado contra o núcleo do elemento Uranio (92U235).

A produção da energia nuclear segue o mesmo principio da bomba atômica, o único diferencial é que na bomba atômica a reação de fissão se dá de forma descontrolada e nas usinas nucleares estas reações são controladas pelo reator nuclear. Estas reações faz com que a temperatura do reator fique sempre muito elevada, no qual se torna necessário à utilização de água liquida para resfria-lo, está água transforma-se em vapor de água, o vapor impulsiona as turbinas para a geração de energia elétrica. Veja a figura 4.


  Figura 4Diagrama de uma central nuclear.  Figura: Nuctec (nuclear tecnologia e consultoria)

O Uranio é um dos principais elementos utilizados para que se obtenha está energia. Meio Quilograma de Uranio fornece energia equivalente a 1.360 toneladas de carvão. O Brasil é autossuficiente em todo o ciclo de enriquecimento de Uranio. Mas enquanto no restante do mundo possuem aproximadamente 440 usinas nucleares o Brasil dispõe de apenas duas: Angla I e Angla II. Estas são responsáveis pela produção de quase 5% de toda a energia elétrica consumida no país. [5]
            As usinas nucleares apresentam grande potencial na geração de energia. A timidez do Brasil no aumento no numero de usinas em funcionamento se deve ao alto risco de acidentes, como os que ocorreram em Fukushima no Japão (2011) e o de Chernobyl na Ucrânia (1986), que é considerado o maior acidente nuclear da história, deixando em números oficiais mais de 15 mil mortos e cerca de 2,4 milhões de pessoas sofrendo com problemas de saúde devido à radiação. [6]

Referências Bibliográficas:
1 LISBOA, Júlio Cezar Foschini/química 2°ano: ensino médio-ser protagonista.1.ed. São Paulo. Edições SM, 2010. Pag. 81
2 PERUZZO, Francisco Miragaia-química na abordagem do cotidiano/ Francisco Miragaia Peruzzo, Eduardo Leite do Canto. 4. Ed. Vol. 2. Físico-química. São Paulo: moderna, 2006. Pag.344/346
3 veja.abril.com.br/blog/Ricardo-setti/tag/crise-energética/
4 CEMIG(Companhia Energética de Minas Gerais). http://www.cemig.com.br/pt-br/energia_e_voce/Paginas/como_a_energia_e. aspx
5 CESTGEN (Centro Estadual de Gerenciamento de Emergência Nuclear do Rio de Janeiro).http://www.cestgen.defesacivil.rj.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=41&layout=blog&Itemid=50
6 http://educacao.globo.com/artigo/chernobyl-maior-acidente-nuclear-da-historia.html acessado no dia 16/05/2015 às 14h40min.

Nenhum comentário:

Postar um comentário