domingo, 24 de janeiro de 2016

Entrevista

Bolsista: Maria Aparecida da Silva Rodrigues

Amigos leitores, teremos nesta entrevista alguns esclarecimentos sobre a destinação das embalagens vazias dos herbicidas e inseticidas, usados no cultivo da soja e outros plantios.
            
          Para isso contamos com a colaboração de um cultivador de soja, seu nome é Carlos Donegá (CD), morador da cidade de Uruaçu e produtor no mesmo município.

         ·         Foram feitas algumas perguntas ao nosso amigo Carlos as quais ele respondeu com muito prazer segundo ele, então vamos a elas; Em que momento do cultivo surge os vasilhames?

CD: No início quando estou preparando o solo para receber a semente porque é feita a dessecagem das ervas daninhas.

         ·         Durante o tempo de cultivo surgem mais polímeros a ser descartados?

CD: Sim. Porque durante o plantio usamos herbicidas no pré-plantio e mais duas vezes na soja, e também são usados os inseticidas umas quatro vezes.

         ·         Ao esvaziar estas embalagens o que é feito para descarta-las?
CD: É feita a tríplice lavagem, que é recomendada para tirar o resto do produto que fica quando despejamos o no pulverizador. Depois esses vasilhames são armazenados separadamente de suas devidas tampas em um local exclusivo a esses materiais na fazenda.


         ·         Por que separar as tampas?

CD: Isso é feito para que não haja a reutilização dos vasilhames, o recomendável é que fure essas embalagens, mas não acho necessário já que só duas pessoas na fazenda tem acesso ao cômodo de armazenamento, uma delas sou eu, Carlos, e outro é um dos meus funcionários esse morador da fazenda.

        ·         Por quanto tempo ficam no armazém os polímeros (vasilhames)?

CD: Durante todo o período de uma safra porque depois quando não vou mais precisar dos herbicidas e inseticidas é feito o descarte de todo o material em um ponto de coleta, onde os produtores podem levar todas as embalagens, e não só dos produtos a cima citados, mas também as de papel que vem embalando as sementes de soja e outras que podem ser recicladas e seus conteúdos foram usados no cultivo de alguma lavoura não necessariamente de soja.

        ·         Onde se localiza esse ponto de coleta?

CD: Em Goianésia na saída para Goiânia, na empresa Arago. Para que podemos devolver as embalagens no ponto de coleta é necessário que o local onde compramos o produto seja conveniado ao ponto de coleta, caso não seja ficamos sem descarte desse material tóxico. Isso já aconteceu comigo e com muitos outros produtores, e deu muito trabalho para descartar as embalagens vazias. Por isso hoje antes de efetuar uma compra averiguo se existe esse convenio, caso não haja exijo que se faça e depois eu compro, mesmo que o preço oferecido seja tentador não vale a pena comprar e ficar implorando depois para que alguém receba os descartes tóxicos.

        ·         Para comprovar a devolução dos polímeros o que é feito?

CD: Toda vez que devolvemos recebemos uma declaração, um documento que prova a devolução.

       ·         Existe alguma fiscalização para averiguar se foram devolvidas e se a devolução foi correta?

CD: Sim, os fiscais da Agrodefesa passam uma vez por ano para conferir, essas visitas não agendadas por isso nunca sabemos o dia que virão, por esse motivo devemos fazer sempre a devolução e ter o comprovante, assim evitamos transtornos e multas. 
            
            Bom, agora que já sabemos como é feito o descarte dos polímeros que embalam os agrotóxicos vamos colaborar com o meio ambiente, é interessante que sejam descartados todos os vasilhames. Também vale procurar saber se podemos devolver as embalagens de agrotóxicos comprados em pequenas quantidades, utilizados em limpas de quintais e lotes baldios, alguns  revendedores recebem de volta os vasilhames. Vamos colaborar já que esses materiais demoram séculos para se desintegrar na natureza.   


   

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