quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Compostagem

Bolsista: Karla Nara da Costa Abrantes
Olá, caros leitores!
            O assunto desse mês é a compostagem. Mas vocês sabem o que é compostagem? Segundo Rocha (2009), trata-se de um processo de decomposição da matéria orgânica, em condições aeróbicas de maneira controlada. O objetivo desse processo é obter um material maturado, sem estar sujeito às reações de putrefação como as que ocorrem naturalmente com restos orgânicos deixados no ambiente.
            No processo de compostagem decorre a decomposição da matéria orgânica acompanhada da presença de micro-organismos, oxigênio e umidade, no qual haverá degradação de proteínas, celulose, carboidratos, lipídios, entre outros. O resultado é um composto repleto de nutrientes que poderá ser aplicado de modo direto ao solo, como adubo orgânico, evitando o uso de fertilizantes sintéticos.
            No decorrer do processo corre liberação de dióxido de carbono (CO2), água e energia em forma de calor (Figura 1). Para que o processo ocorra de maneira eficiente é preciso que haja um controle dos nutrientes, da aeração (ventilação ou renovação do ar), do pH, da umidade e da temperatura.
 Figura 1- Processo de compostagem
Fonte: ROCHA (2009).

            No processo de compostagem, a matéria orgânica existente no resíduo é abundante em carbono (C) e nitrogênio (N). A razão atômica C/N no início do processo é em geral cerca de 30/1 e no decorrer do processo ocorre uma diminuição desta razão até cerca de 18/1 (produto final), ou seja, os resíduos contendo carbono são facilmente degradáveis, uma vez que os micro-organismos os utilizam como fonte de carbono. (ROCHA, 2009)

            Outro fator de grande importância é a aeração, devido o processo biológico ocorrer com o processo aeróbico (os micro-organismos degradam as substâncias orgânicas, mediante processos oxidativos). Essa etapa ocorre com grande desprendimento de energia (exotérmico) em forma de calor, consequentemente a alta temperatura no processo elimina os organismos patogênicos presentes no resíduo, tornando-o seguro para manipulação humana.
            Por outro lado, a umidade deve ser em torno de 50%, uma vez que valores maiores podem afetar o processo de aeração, facilitando a anaerobiose, processo metabólico celular caracterizado pela ausência de gás oxigênio (O2) e pela produção de chorume.
A temperatura da compostagem também deve ser controlada para que não dificulte o processo fermentativo. O pH no inicio da compostagem de resíduo domiciliar é ácido, em torno de 4,5-5,5, e ao final do processo é de 7,0-8,0, tornando assim, um parâmetro indicativo do final do processo de compostagem. (MANAHAN, 2013)
            O processo de compostagem pode ocorrer via processo natural ou acelerado (Figura 2). No processo natural, a parcela orgânica é levada para uma área e disposta em pilhas. A aeração é realizada por revolvimentos periódicos e o tempo médio para a decomposição é de 3 a 4 meses. Já no processo acelerado, a aeração é facilitada por tubulações de plástico de grandes diâmetros sobre as quais são empilhados os resíduos e o tempo médio de compostagem cerca de 2 a 3 meses. (ROCHA, 2009)

Figura 2- Processo de compostagem: processo natural e processo acelerado.
Fonte: ROCHA (2009).

Os benefícios de utilizar o processo de compostagem é a utilização do produto final como adubo ou em rações para animais, além de poderem ser comercializados. Outra vantagem é a redução de resíduos lançados em aterros e lixões. Por outro lado, se o processo de compostagem não for realizado de modo correto pode ocasionar: mau cheiro, proliferação de insetos e roedores, chorume e/ou um composto de baixa qualidade e contaminados por plásticos e metais.

REFERÊNCIAS:

ROCHA, J. C. Introdução à química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2009. 101-102 p.
MANAHAN, S.E. Química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2013. 32-33 p.





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