Bolsista:
Karla Nara da Costa Abrantes
Olá, caros leitores!
O assunto desse mês é a compostagem.
Mas vocês sabem o que é compostagem? Segundo Rocha (2009), trata-se de um
processo de decomposição da matéria orgânica, em condições aeróbicas de maneira
controlada. O objetivo desse processo é obter um material maturado, sem estar
sujeito às reações de putrefação como as que ocorrem naturalmente com restos
orgânicos deixados no ambiente.
No processo de compostagem decorre a
decomposição da matéria orgânica acompanhada da presença de micro-organismos,
oxigênio e umidade, no qual haverá degradação de proteínas, celulose,
carboidratos, lipídios, entre outros. O resultado é um composto repleto de
nutrientes que poderá ser aplicado de modo direto ao solo, como adubo
orgânico, evitando o uso de fertilizantes sintéticos.
No decorrer do processo corre
liberação de dióxido de carbono (CO2), água e energia em forma de
calor (Figura 1). Para que o processo ocorra de maneira eficiente é preciso que
haja um controle dos nutrientes, da aeração (ventilação ou renovação do ar), do
pH, da umidade e da temperatura.
Figura
1-
Processo de compostagem
Fonte: ROCHA (2009).
No processo de compostagem, a matéria
orgânica existente no resíduo é abundante em carbono (C) e nitrogênio (N). A
razão atômica C/N no início do processo é em geral cerca de 30/1 e no decorrer
do processo ocorre uma diminuição desta razão até cerca de 18/1 (produto
final), ou seja, os resíduos contendo carbono são facilmente degradáveis, uma
vez que os micro-organismos os utilizam como fonte de carbono. (ROCHA, 2009)
Outro fator de grande importância é
a aeração, devido o processo biológico ocorrer com o processo aeróbico (os micro-organismos
degradam as substâncias orgânicas, mediante processos oxidativos). Essa etapa ocorre com grande
desprendimento de energia (exotérmico) em forma de calor, consequentemente a
alta temperatura no processo elimina os organismos patogênicos presentes no
resíduo, tornando-o seguro para manipulação humana.
Por outro lado, a umidade deve ser
em torno de 50%, uma vez que valores maiores podem afetar o processo de
aeração, facilitando a anaerobiose,
processo metabólico celular caracterizado pela
ausência de gás oxigênio (O2) e
pela produção de chorume.
A temperatura da compostagem também deve
ser controlada para que não dificulte o processo fermentativo. O pH no inicio
da compostagem de resíduo domiciliar é ácido, em torno de 4,5-5,5, e ao final
do processo é de 7,0-8,0, tornando assim, um parâmetro indicativo do final do
processo de compostagem. (MANAHAN, 2013)
O processo de compostagem pode ocorrer
via processo natural ou acelerado (Figura 2). No processo natural, a parcela
orgânica é levada para uma área e disposta em pilhas. A aeração é realizada por
revolvimentos periódicos e o tempo médio para a decomposição é de 3 a 4 meses.
Já no processo acelerado, a aeração é facilitada por tubulações de plástico de
grandes diâmetros sobre as quais são empilhados os resíduos e o tempo médio de
compostagem cerca de 2 a 3 meses. (ROCHA, 2009)
Figura
2-
Processo de compostagem: processo natural e processo acelerado.
Fonte:
ROCHA (2009).
Os benefícios de utilizar o processo de compostagem
é a utilização do produto final como adubo ou em rações para animais, além de
poderem ser comercializados. Outra vantagem é a redução de resíduos lançados em
aterros e lixões. Por outro lado, se o processo de compostagem não for
realizado de modo correto pode ocasionar: mau cheiro, proliferação de insetos e
roedores, chorume e/ou um composto de baixa qualidade e contaminados por
plásticos e metais.
REFERÊNCIAS:
ROCHA,
J. C. Introdução à química ambiental.
Porto Alegre: Bookman, 2009. 101-102 p.
MANAHAN,
S.E. Química ambiental. Porto
Alegre: Bookman, 2013. 32-33 p.
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