quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A lactose na alimentação

Bolsista: Líria Amanda

Olá Pessoal!

É bem provável que você já tenha ouvido alguns casos envolvendo alergia ou intolerância à lactose, mas quais são as causas desses efeitos negativos no organismo? A essa pergunta e a muitas outras que surgirão no decorrer da matéria, procuraremos responder.
A lactose é o principal carboidrato do leite, formado a partir da glicose e da galactose (ver a figura 1). Entretanto, apresenta sabor doce baixo em comparação a outros açucares (ex: sacarose) e também com solubilidade menor. [1], [2]

Figura 1: Lactose formada a partir da galactose e da glicose.
Fonte: Experimentos de Bioquímica – Um guia eletrônico.

Outro fator é a questão da fermentação industrial da lactose que transforma em ácido lático em vários derivados, como iogurte, leite acidófilo, queijos, requeijões, obtidos através da ação de micro-organismos (ver a figura 2).

Figura 2: Fórmula estrutural do ácido lático.
Fonte: Wikipédia

Nos efeitos negativos relacionados à lactose está a má digestão, que é ocasionada pela redução de lactase produzida pelas vilosidades do intestino. A má digestão ocorre quando não há quebra da lactose pela enzima lactase e assim a lactose é absorvida, e quando essa quantidade ultrapassa o limite aceito pelo organismo, o indivíduo passa a ter desconfortos gastrointestinais.
Com relação à deficiência à lactose, há três tipos delas no organismo: a deficiência congênita, primária e secundária. A congênita é herdada, nesse caso a quantidade de lactase no organismo é restrita, portanto, deve ser tratada imediatamente, pois pode levar a óbito o recém-nascido. Os sintomas são distensão abdominal, vômito, seguidos de diarréia líquida e de odor ácido.
Na primária a ausência da lactose se manifesta na fase adulta e dependerão da idade do indivíduo, da quantidade de lactose ingerida, da genética e da taxa de digestão. Inclusive, os fatores biológicos, culturais e psicológicos podem influenciar na tolerância a lactose. 
Quando a quantidade de lactose ingerida é maior que a quantidade absorvida pelo intestino delgado, esse excesso é imigrado para o intestino grosso, onde há alguns micro-organismos (microbiota) que promovem a fermentação da lactose, ocasionando o surgimento de gases naturais, como dióxido de carbono, metano e hidrogênio, em que provocam o surgimento de flatulências. As distensões e as dores abdominais, juntamente com a produção de ácidos graxos de cadeia curta como acético, butírico e propiônico são responsáveis pela redução de pH. Quando há acidificação do meio e ação da pressão osmótica, ocasiona diarréias eliminando eletrólitos e fluidos.
A secundária é caracterizada por lesões causadas na mucosa do intestino e assim restringem a produção de lactase. Essas lesões podem ser ocasionadas pelo uso de radiação e de medicação no tratamento de câncer. E também outras doenças gastrointestinais podem ocasionar lesões no intestino. Porém, quando sanadas as feridas, a produção de lactose é restabelecida.
Muitas vezes é confundido alergia com a intolerância. A alergia está relacionada ao fator imunológico, sendo tratos da composição do próprio leite, no caso do leite da vaca. Nesse caso a alergia é mais comum em crianças, quando o leite materno é substituído pelo leite da vaca. Nessa fase podem ocorrer problemas respiratórios, na pele e gastrointestinais.
A intolerância, como já vimos, está relacionada aos problemas gastrointestinais que envolvem o caso de ingerir a lactose, sendo mais comum em adultos, pois a criança é que produz em maiores quantidades a enzima lactase. A intolerância em crianças está relacionada mais a fatores congênitos.
Antes de fazer o tratamento deve-se fazer um diagnóstico médico, no caso de alergia ao leite, deve ser suspenso o consumo de alimentos provenientes do leite da vaca. Mas se for à questão da intolerância à lactose, há produtos que não possuem a adição de lactose. Mas, cuidado! a restrição do uso do leite pode trazer a deficiência de algumas vitaminas e proteínas que são uteis ao organismo. No caso da alergia deverá buscar alimentos que supram os nutrientes do leite. [2]
Espero que tenham gostado, até a próxima!

Referências

[1] SILVA. P. Aspectos de Composição e Propriedades. Química nova na escola. N° 6, NOVEMBRO 1997.

[2] PEREIRA. M. et al. Lácteos com baixo teor de lactose: uma necessidade para portadores de má digestão da lactose e um nicho de mercado. Rev. Inst. Latic. “Cândido Tostes”. Nov/Dez, nº 389, 2012.

[3] SOUZA. K.; NEVES. V. Experimentos de Bioquímica – Um guia eletrônico. Oligossacarídeos. Disponível em: <http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_carboidratos/introducao_ch_cont.htm> Acesso em: 20/01/2017.

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