Bolsista: Líria
Amanda
Olá Pessoal!
É
bem provável que você já tenha ouvido alguns casos envolvendo alergia ou
intolerância à lactose, mas quais são as causas desses efeitos negativos no
organismo? A essa pergunta e a muitas outras que surgirão no decorrer da
matéria, procuraremos responder.
A
lactose é o principal carboidrato do leite, formado a partir da glicose e da
galactose (ver a figura 1). Entretanto, apresenta sabor doce baixo em
comparação a outros açucares (ex: sacarose) e também com solubilidade menor. [1],
[2]
Figura 1: Lactose formada a partir da galactose e
da glicose.
Fonte: Experimentos
de Bioquímica – Um guia eletrônico.
Outro fator é a questão da fermentação industrial da
lactose que transforma em ácido lático em vários derivados, como iogurte, leite
acidófilo, queijos, requeijões, obtidos através da ação de micro-organismos
(ver a figura 2).
Figura 2: Fórmula estrutural do ácido lático.
Fonte:
Wikipédia
Nos efeitos negativos relacionados à lactose está a má
digestão, que é ocasionada pela redução de lactase produzida pelas vilosidades
do intestino. A má digestão ocorre quando não há quebra da lactose pela enzima
lactase e assim a lactose é absorvida, e quando essa quantidade ultrapassa o limite
aceito pelo organismo, o indivíduo passa a ter desconfortos gastrointestinais.
Com relação à deficiência à lactose, há três tipos delas no
organismo: a deficiência congênita, primária e secundária. A congênita é
herdada, nesse caso a quantidade de lactase no organismo é restrita, portanto,
deve ser tratada imediatamente, pois pode levar a óbito o recém-nascido. Os
sintomas são distensão abdominal, vômito, seguidos de diarréia líquida e de odor
ácido.
Na primária a ausência da lactose se manifesta na fase
adulta e dependerão da idade do indivíduo, da quantidade de lactose ingerida, da
genética e da taxa de digestão. Inclusive, os fatores biológicos, culturais e
psicológicos podem influenciar na tolerância a lactose.
Quando a quantidade de lactose ingerida é maior que a
quantidade absorvida pelo intestino delgado, esse excesso é imigrado para o
intestino grosso, onde há alguns micro-organismos (microbiota) que promovem a
fermentação da lactose, ocasionando o surgimento de gases naturais, como
dióxido de carbono, metano e hidrogênio, em que provocam o surgimento de
flatulências. As distensões e as dores abdominais, juntamente com a produção de
ácidos graxos de cadeia curta como acético, butírico e propiônico são
responsáveis pela redução de pH. Quando há acidificação do meio e ação da
pressão osmótica, ocasiona diarréias eliminando eletrólitos e fluidos.
A secundária é caracterizada por lesões causadas na mucosa
do intestino e assim restringem a produção de lactase. Essas lesões podem ser
ocasionadas pelo uso de radiação e de medicação no tratamento de câncer. E
também outras doenças gastrointestinais podem ocasionar lesões no intestino.
Porém, quando sanadas as feridas, a produção de lactose é restabelecida.
Muitas vezes é confundido alergia com a intolerância. A
alergia está relacionada ao fator imunológico, sendo tratos da composição do
próprio leite, no caso do leite da vaca. Nesse caso a alergia é mais comum em
crianças, quando o leite materno é substituído pelo leite da vaca. Nessa fase
podem ocorrer problemas respiratórios, na pele e gastrointestinais.
A intolerância, como já vimos, está relacionada aos
problemas gastrointestinais que envolvem o caso de ingerir a lactose, sendo
mais comum em adultos, pois a criança é que produz em maiores quantidades a
enzima lactase. A intolerância em crianças está relacionada mais a fatores
congênitos.
Antes de fazer o tratamento deve-se fazer um diagnóstico médico,
no caso de alergia ao leite, deve ser suspenso o consumo de alimentos
provenientes do leite da vaca. Mas se for à questão da intolerância à lactose,
há produtos que não possuem a adição de lactose. Mas, cuidado! a restrição do
uso do leite pode trazer a deficiência de algumas vitaminas e proteínas que são
uteis ao organismo. No caso da alergia deverá buscar alimentos que supram os
nutrientes do leite. [2]
Espero que tenham gostado, até a próxima!
Referências
[1] SILVA. P. Aspectos
de Composição e Propriedades. Química
nova na escola. N° 6, NOVEMBRO 1997.
[2] PEREIRA. M. et al. Lácteos com baixo teor de lactose: uma
necessidade para portadores de má digestão da lactose e um nicho de mercado. Rev. Inst. Latic. “Cândido Tostes”. Nov/Dez,
nº 389, 2012.
[3] SOUZA.
K.; NEVES. V. Experimentos de Bioquímica
– Um guia eletrônico. Oligossacarídeos. Disponível em: <http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_carboidratos/introducao_ch_cont.htm>
Acesso em: 20/01/2017.
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